O filme se chama "Monstros vs. Alienigenas", então é de se supor que não deveria esperar nada, certo? É apenas um filme para crianças, sem nenhuma pretensão, então o melhor a fazer é apenas assistir, esquecer o cérebro do lado de fora e não pensar. Mas não é tão simples. "Monstros vs. Alienígenas" mostra o quão longe (e baixo) a animação da DreamWorks foi. Tendo Jeffrey Katzemberg (ex-Disney) no comando, o estúdio estreou na animação com um dos melhores filmes animados da história, "O Príncipe do Egito". Quando a Pixar surgiu e elevou o mundo da animação a um nível mais alto não só de tecnologia mas principalemente de roteiros, a DreamWorks se contentou em fazer versões mais baratas e paralelas dos sucessos da rival, mostrando-se inovadora apenas com os filmes da série Shrek.
Agora a nova "moda" do cinema é a volta dos filmes em 3D, e Jeffrey Katzemberg tem dito ao mundo que este é o "futuro do cinema". Se "Monstros vs. Aliens" for este futuro, eu quero continuar com o bom e velho cinema do passado, obrigado. O animado é uma grande bobagem, cujo único atrativo é justamente a terceira dimensão. O 3D não fez falta alguma a filmes animados brilhantes da Pixar como "Os Incríveis", "Procurando Nemo", "Toy Story", etc, justamente porque estes não dependiam da tecnologia para serem bons. "Monstros vs. Alienígenass" parte dos velhos filmes "B" de ficção-científica para criar seu roteiro fraco. No dia em que Susan vai se casar com um homem do tempo da televisão ela é atingida por um meteoro que veio do espaço. Em plena cerimônia ela começa a crescer e se torna uma mulher gigante. O exército intervém e ela vai parar em uma base militar secreta, onde outras "aberrações" estão escondidas dos olhos da população em geral. Há o Dr. Barata, um ex-cientista que se transformou em um inseto (uma paródia de "A Mosca"); há um monstro azul sem cérebro que é apenas uma geléia disforme; há outro monstro que parece uma mistura de sapo com lagarto chamado de "Elo Perdido"; e há o "Insetossauro", uma espécie de bicho da seda gigantesco com o QI de uma ameba. Com excessão deste último, todos são muito falantes, apesar de não terem muito a dizer. Não importa. Este tipo de filme não está muito preocupado com a inteligência da platéia, mesmo que o público alvo tenha cinco anos de idade. Quando um robô alienígena invade o planeta, Susan e os outros monstros são convocados para lutar contra a ameaça... "monstros versus alienígenas", entendeu?
O verdadeiro teste para se saber se um desenho animado é bom é quando ele agrada também aos pais que levaram seus filhos ao cinema. Definitivamente não é o caso deste. A boa animação tem o poder de criar um universo, seja entre os brinquedos de uma criança ou mostrando o embate entre um príncipe encantado contra um dragão. Não há nada de ruim em uma animação feita apenas para divertir. O problema é quando um filme, seja lá qual for, é feito apenas para exibir algum tipo de técnica, sem nada de novo ou inteligente para a platéia. Disney entendia disso. John Lasseter entende disso. O próprio Katzemberg também entende, só precisa voltar a acreditar na inteligência da platéia.
3 comentários:
Cara, vi o link do seu blog na comunidade Boulevard Cinema e vim aqui conferir. Gostei bastante, parabéns!
Opa, obrigado pela visita. Volte sempre!
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