O filme é dirigido e interpretado por Clint Eastwood, que já se tornou uma lenda viva. Há boatos de que este seja seu último filme como ator, o que seria uma pena. Clint faz de Kowalski uma caricatura de sua personagem cinematográfica mais conhecida, o policial durão "Dirty Harry". Mas Eastwood é muito mais esperto e "antenado"; os tempos mudaram, acabou a era Bush e é hora de se abrir para o mundo e aceitar suas diferenças. O modo como o velho Kowalski se aproxima lentamente da família de asiáticos é engraçado e tocante. Também é interessante o "assédio" que ele recebe do jovem padre da paróquia local, que havia prometido à esposa de Kowalski que o faria se confessar. Kowalski chama o rapaz de "um virgem de 27 anos educado demais e que não entende nada da vida e da morte". Veterano da Guerra da Coréia, Kowalski viu a morte de frente tanto nos companheiros que perdeu quanto nos jovens que teve que matar. "O pior não é o que você foi obrigado a fazer", diz ele ao padre, "mas o que você fez mesmo não sendo obrigado".
Trabalhando com atores em sua maioria amadores, Eastwood faz um filme de baixo orçamento e que se passa quase todo em apenas algumas ruas. Quase todos os americanos se mudaram da vizinhança de Kowalski e a região está tomada por imigrantes asiáticos ou comunidades negras. Ele salva a irmã de Thao, Sue (Ahney Her, muito bem no filme), de um grupo que quer atacá-la, em uma cena em que Eastwood, novamente, parodia "Dirty Harry", usando a mão como quem carrega uma Magnum 44. O filme se equilibra entre a comédia leve e o drama sério. Mais para o final as coisas vão ficando mais pesadas e o filme corre o risco de desabar, mas Eastwood leva o roteiro com firmeza até um final que, se não é muito verossímil, ao menos faz justiça ao personagem.
Trailer (atenção, o trailer revela muitas cenas do filme)
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