
Esta primeira parte, ensolarada e romântica, dá lugar à uma segunda passada quase toda em um tribunal. Michael, mais velho, é um estudante de Direito que vai acompanhar o julgamento de algumas mulheres acusadas de cumplicidade em assassinatos praticados pelo nazismo. Para sua grande surpresa, uma delas é Hanna, que ele não via há anos. Durante o julgamento, a culpa dela vai se tornando cada vez mais evidente. Só que um "segredo" dela também começa a se revelar para Michael, e ele se vê na oportunidade de ajudá-la, mas ele hesita. Há nesta hesitação algo do comportamento alemão durante a guerra, e da culpa de um povo que, mesmo sabendo das barbáries cometidas pelos nazistas, geralmente se mantinha calado e conivente. Hanna sem dúvida é culpada de muitas coisas das quais é acusada, mas o que a teria levado a fazer o que fez? O professor de Direito de Michael diz que os ser humano acha que o mundo é governado pela moral quando, na verdade, ele é governado pelas leis. É perfeitamente possível fazer algo legal que seja imoral, e vice-versa. Todas estas questões são levantadas nesta segunda parte do filme pelo diretor Stephen Daldry (de Billy Elliot e As Horas).
E há a parte do filme dedicada ao Michael de meia idade, interpretado por Ralph Fiennes. Estes segmentos passados em um tempo mais recente são irregulares, variando de fracos a ótimos. Por vários momentos se tem a impressão que o filme vai terminar, mas ele se estende um pouco além da conta. "O Leitor" está entre os concorrentes a Melhor Filme no próximo Oscar, e sem dúvida é um candidato de respeito. É uma produção caprichada, com destaque para a reconstituição de época e pela bela fotografia de Chris Menges e o incansável Roger Deakins (que também fotografou "Foi apenas um sonho" e "Dúvida").
3 comentários:
Boa crítica!
Valeu, obrigado!
nao acredito que vou ter que esperar para ler!!!!hunffff, assim nao vale!rsrsrsrss
Pensei que ja tivesse te linkado... bom, agora ta!
bjins
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