Durante a canção hino "Sunday Bloody Sunday", Bono olha para você, estica a mão enquanto canta "Wipe your tears away...wipe your tears away..." e parece que, se você estender a mão, poderá tocá-lo. Este é o efeito provocado pela espetacular tecnologia 3D empregado na produção deste show. Uma equipe da National Geographic, munida de câmeras especiais, documentou a turnê "Vertigo", em 2006, durante sua passagem pela América Latina e Austrália. O resultado, diziam, seria quase tão bom quanto presenciar pessoalmente um show da banda. Na verdade, em termos de visão de palco, é melhor. As cenas gravadas do ponto de vista da platéia são, de fato, impressionantes em seu realismo. As pessoas "na sua frente" levantam as mãos e, instintivamente, você desvia a cabeça para tentar ver melhor. A vantagem sobre estar lá é que as câmeras gravam o show sob diversos ângulos e perto o suficiente para parecer que você vai levar um golpe da guitarra de The Edge quando ele está tocando.
Filmes em 3D não são novidade. Experimentos em três dimensões datam do início da história do cinema, e a tecnologia vem sendo desenvolvida e usada nos cinemas há décadas, principalmente em filmes de aventura, em que objetos parecem ser jogados em direção da platéia. O ponto fraco sempre foi o uso de óculos coloridos desconfortáveis e que nem sempre produziam o efeito desejado. A produção é mais cara tanto do ponto de vista da filmagem quando da exibição, e o processo nunca vingou realmente. U23D foi produzido utilizando um processo digital criado pela empresa 3ality Digital, que gravou diversos concertos durante todo o ano de 2006, sob a direção de Catherine Owens e Mark Pellington. A platéia ainda tem que usar óculos especiais, mas eles são leves e com uma lente especial (não colorida) que transforma a imagem da tela em 3D. Outra aspecto técnico que me impressionou foram os efeitos de pós produção e o uso, em 3D, de gráficos e frases que literalmente saltam da tela. Há um momento em que Bono finge desenhar uma TV no ar, com o dedo, e um gráfico em 3D aparece conforme ele desenha.
Isso não passaria apenas de um exercício técnico interessante se não fosse pelo conteúdo do filme. A banda irlandesa U2 sempre chamou a atenção tanto pelos aspectos musicais quanto por seu lado militante. É certamente uma das bandas mais bem sucedidas, constantes e duradouras da história do rock. A bateria de Larry Mullen Jr e o baixo de Adam Clayton mantém o ritmo para as viagens sonoras da guitarra de The Edge e a performance sempre apaixonada de Bono, que parece cantar como se fosse seu último show. Os críticos têm certa razão em reclamar de certa teatralidade ou megalomania, mas quantas bandas "pop" dos últimos vinte anos têm a energia do U2 no palco? O show, composto por 14 músicas, passa por sucessos recentes e revisita os clássicos que marcaram a história do grupo, principalmente no que considero seu auge, o lançamento do álbum "The Joshua Tree" (com músicas como "Where the streets have no name", "With or without you" e "Bullet the blue sky"), e anteriores, como "New year´s day", "Pride (In the name of love)" e "Sunday Bloody Sunday". A seleção de músicas para o filme foi feita levando-se em conta a popularidade das canções, mas há boa continuidade entre elas. Há até o que se poderia chamar de um "bloco político" composto pela sequência "Sunday Bloody Sunday", "Bullet the Blue Sky", "Miss Sarayevo" (com uma leitura da Declaração dos Direitos Humanos) e "Pride".
Filmes em 3D não são novidade. Experimentos em três dimensões datam do início da história do cinema, e a tecnologia vem sendo desenvolvida e usada nos cinemas há décadas, principalmente em filmes de aventura, em que objetos parecem ser jogados em direção da platéia. O ponto fraco sempre foi o uso de óculos coloridos desconfortáveis e que nem sempre produziam o efeito desejado. A produção é mais cara tanto do ponto de vista da filmagem quando da exibição, e o processo nunca vingou realmente. U23D foi produzido utilizando um processo digital criado pela empresa 3ality Digital, que gravou diversos concertos durante todo o ano de 2006, sob a direção de Catherine Owens e Mark Pellington. A platéia ainda tem que usar óculos especiais, mas eles são leves e com uma lente especial (não colorida) que transforma a imagem da tela em 3D. Outra aspecto técnico que me impressionou foram os efeitos de pós produção e o uso, em 3D, de gráficos e frases que literalmente saltam da tela. Há um momento em que Bono finge desenhar uma TV no ar, com o dedo, e um gráfico em 3D aparece conforme ele desenha.
Isso não passaria apenas de um exercício técnico interessante se não fosse pelo conteúdo do filme. A banda irlandesa U2 sempre chamou a atenção tanto pelos aspectos musicais quanto por seu lado militante. É certamente uma das bandas mais bem sucedidas, constantes e duradouras da história do rock. A bateria de Larry Mullen Jr e o baixo de Adam Clayton mantém o ritmo para as viagens sonoras da guitarra de The Edge e a performance sempre apaixonada de Bono, que parece cantar como se fosse seu último show. Os críticos têm certa razão em reclamar de certa teatralidade ou megalomania, mas quantas bandas "pop" dos últimos vinte anos têm a energia do U2 no palco? O show, composto por 14 músicas, passa por sucessos recentes e revisita os clássicos que marcaram a história do grupo, principalmente no que considero seu auge, o lançamento do álbum "The Joshua Tree" (com músicas como "Where the streets have no name", "With or without you" e "Bullet the blue sky"), e anteriores, como "New year´s day", "Pride (In the name of love)" e "Sunday Bloody Sunday". A seleção de músicas para o filme foi feita levando-se em conta a popularidade das canções, mas há boa continuidade entre elas. Há até o que se poderia chamar de um "bloco político" composto pela sequência "Sunday Bloody Sunday", "Bullet the Blue Sky", "Miss Sarayevo" (com uma leitura da Declaração dos Direitos Humanos) e "Pride".
O filme pode também ser visto em Campinas agora que foi inaugurada uma sala 3D no Box Cinemas. A sala é pequena e durante a primeira exibição de ontem havia poucas pessoas, que ao final comentaram que o som poderia ter sido um pouco mais alto (para simular melhor ainda a sensação de um show ao vivo). Mas é uma ótima experiência tanto para fãs da banda quanto para de música em geral. Não me interesso muito na tecnologia 3D aplicada a filmes de ficção "normais" (que já têm uma sintaxe e técnica desenvolvidas por mais de um século de cinema), mas creio que o 3D seja realmente ótimo para apresentação de shows e eventos como este.
4 comentários:
Bacana, como fiquei muito tempo estudando para a ABIN, infelizmente não deu para ver este filme. Ainda tenho que ver o Controle Absoluto e o novo do Pacino/DeNiro. Quem sabe sobra tempo para ver o U2-3D. Mas, como seria legal ver estas super bandas em 3D, um show do Pink Floyd, um show da Madonna e mesmo é claro, um show do Jean Michel Jarre(o laDefense ou o Houston seriam lindos).
Então, Ricardo, seria legal mesmo se outros shows como este fossem lançados em 3D também. Se bem que, pelo que li, o filme não foi bem nas bilheterias não (apesar de ter se pago). Não me interesso muito por 3D em filmes "normais" de ficção, mas em shows, eventos e talvez até em documentários é bem interessante.
Abs.
Quando inaugurarem a sala IMAX do Shopping Bourbon então será uma beleza. Infelzmente, devido a problemas com a alfandega, os equipamentos da sala IMAX, estão retidos pela Receita, então a previsão é que a sala que seria inaugurada em Agosto passado, só possa estar operando comercialmente apartir do ano que vem. ESTE É O CUSTO BRASIL !!!
Que absurdo, não sabia disso. Então o IMAX não abriu ainda por causa de problemas burocráticos na alfândega?
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