
Passado na década de 1990, o filme é baseado em uma patrulha real que existiu entre os anos de 1993 e 1996. O combate contra os caçadores ilegais e a reportagem de Ga Yu acabou por forçar o governo chinês a transformar a área em parque nacional. O filme tem por vezes um tom documental, mas é também extremamente cinematográfico. Ri Tai e seus homens encontram um grupo que trabalhava para os caçadores, tirando as peles dos antílopes abatidos. Um senhor do grupo explica ao repórter que ele era um pastor, mas que a desertificação da região matou o pasto e o gado, forçando-o a colaborar com os caçadores. Há algo de mambembe no modo como a patrulha é filmada prendendo estes homens, tendo que tirar as calças para atravessar um rio gelado antes de chegar a eles, por exemplo.
A dedicação de Ri Tai se transforma aos poucos em obsessão em achar os caçadores. Seu equipamento e seus homens, aos poucos, começam a quebrar e a fraquejar e vão ficando pelo caminho, mas ele persiste. Lembrei-me do clássico "Rastros de Ódio", de John Ford. O repórter se torna, na prática, membro da patrulha e acompanha Ri Tai até o final.
Com enxutos 88 minutos, o filme soa honesto o tempo todo, e é implacável nos momentos de violência, seja contra animais ou homens. O deserto é como um outro personagem, belo e fascinante, mas também implacável com quem se descuida.
Um comentário:
Yowzer! Boas dicas, João! Vou checar!
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