Um filme com algumas das maiores estrelas do cinema americano, Robert Redford, Tom Cruise e Meryl Streep... conversando. Não só conversando, mas debatendo idéias, procurando e analisando causas e conseqüências relevantes para a situação política e histórica dos dias de hoje. Soa tedioso? Como teatro filmado? Pois é, muita gente achou que sim. O filme teve vida curta nos cinemas e em pouco tempo estava nas prateleiras das locadoras. Eu gostei.
Não é um filme “cinematográfico”, é verdade. São basicamente duas longas conversas entrecortadas por alguma ação. Em uma escola de Washington, o professor Stephen Malley (Robert Redford, que também dirige o filme) não está satisfeito com a performance de um aluno que, um dia, ele considerou brilhante. Ele é Todd Hayes (Andrew Garfield), um rapaz que tem boas notas, mas muitas faltas, e simplesmente perdeu o interesse nas aulas de Ciência Política ministradas por Malley. O professor lhe propõe um trato: ele não precisaria vir a mais nenhuma aula até o final do ano e ainda assim receberia nota “B” na média final. Ou então ele poderia decidir não faltar mais a nenhuma aula, mas teria que participar ativamente de todas elas, como costumava fazer. Por que ele perdera o interesse? O aluno explica que não tem mais esperança na política e que resolveu que iria apenas “fazer a sua parte”, pagar seus impostos, trabalhar e tirar proveito do que o país tivesse a oferecer, mas nada mais do que isso.
Enquanto isso, em outra parte de Washington, um senador republicano (Tom Cruise) chama para uma entrevista exclusiva a jornalista Janine Roth (Meryl Streep), com o objetivo de lhe passar uma nova estratégia militar que seria implementada pelo governo americano no Afeganistão. O que se segue é um longo debate entre os dois em que questões como a guerra do Iraque e o clima político pós 11 de setembro são discutidos. A nova estratégia consiste em usar um número menor de soldados no Afeganistão. Eles ocupariam as montanhas durante o inverno e teriam vantagem tática contra o Talibã quando o verão chegasse. A jornalista, que começou a carreira em plena Guerra do Vietnam, vê com desconfiança e sensação de “deja vu” tais táticas militares. Apesar da troca de gentilezas entre os dois, fica claro o clima tenso no ar, com acusações fundamentadas de ambos os lados. A jornalista levanta os vários erros militares cometidos no Iraque e as milhares de vidas perdidas. O político, por seu lado, pede para que ela se concentre no presente e a lembra de que a imprensa havia apoiado integralmente a ofensiva contra o Iraque.
Em uma terceira trama, acompanhamos a tática mencionada por Cruise sendo aplicada no Afeganistão. Mas nem tudo é simples como os engravatados em Washington imaginavam. Um helicóptero americano é atacado por uma bateria antiaérea no topo das montanhas geladas. Dois jovens soldados, Arian Finch (Derek Luke) e Ernest Rodriguez (Michael Pena), são jogados na neve lá embaixo. Os dois, ficamos sabendo através de flashbacks, foram alunos exemplares do professor Malley. As três histórias são entrecortadas durante todo o filme. Arian e Rodriguez eram alunos pobres que chamaram a atenção do professor durante um debate em classe, em que eles pregavam mais comprometimento por parte dos americanos para se criar uma sociedade melhor. Os outros alunos os chamaram de hipócritas, dizendo que eles também, no fundo, só estavam esperando a hora de entrar em uma boa universidade e ganhar dinheiro. Os dois resolvem provar seu comprometimento mostrando seus papéis de alistamento no exército. Redford não acredita que esta seja a melhor maneira de ajudar o país e tenta fazê-los mudar de idéia.
Tudo isso é discutido e debatido em longas conversas. Senti influência da série “The West Wing”, de Aaron Sorkin, famosa por conter debates políticos pelos corredores da Casa Branca. Repetindo, não é muito cinematográfico (a série, diga-se de passagem, era até mais dinâmica). Tudo se passa em duas salas em Washington (a sala do professor e o gabinete do senador) e na montanha gelada. Mas os pontos levantados são relevantes e é raro vê-los discutidos em um filme deste modo. Devemos simplesmente falar mal da política ou fazer algo a respeito? Há o que ser feito? O mundo aprendeu alguma coisa com as guerras do passado ou estamos repetindo os mesmos erros geração a geração? Pode não ser um filme muito “agitado”, mas vale pegar o DVD.
Não é um filme “cinematográfico”, é verdade. São basicamente duas longas conversas entrecortadas por alguma ação. Em uma escola de Washington, o professor Stephen Malley (Robert Redford, que também dirige o filme) não está satisfeito com a performance de um aluno que, um dia, ele considerou brilhante. Ele é Todd Hayes (Andrew Garfield), um rapaz que tem boas notas, mas muitas faltas, e simplesmente perdeu o interesse nas aulas de Ciência Política ministradas por Malley. O professor lhe propõe um trato: ele não precisaria vir a mais nenhuma aula até o final do ano e ainda assim receberia nota “B” na média final. Ou então ele poderia decidir não faltar mais a nenhuma aula, mas teria que participar ativamente de todas elas, como costumava fazer. Por que ele perdera o interesse? O aluno explica que não tem mais esperança na política e que resolveu que iria apenas “fazer a sua parte”, pagar seus impostos, trabalhar e tirar proveito do que o país tivesse a oferecer, mas nada mais do que isso.
Enquanto isso, em outra parte de Washington, um senador republicano (Tom Cruise) chama para uma entrevista exclusiva a jornalista Janine Roth (Meryl Streep), com o objetivo de lhe passar uma nova estratégia militar que seria implementada pelo governo americano no Afeganistão. O que se segue é um longo debate entre os dois em que questões como a guerra do Iraque e o clima político pós 11 de setembro são discutidos. A nova estratégia consiste em usar um número menor de soldados no Afeganistão. Eles ocupariam as montanhas durante o inverno e teriam vantagem tática contra o Talibã quando o verão chegasse. A jornalista, que começou a carreira em plena Guerra do Vietnam, vê com desconfiança e sensação de “deja vu” tais táticas militares. Apesar da troca de gentilezas entre os dois, fica claro o clima tenso no ar, com acusações fundamentadas de ambos os lados. A jornalista levanta os vários erros militares cometidos no Iraque e as milhares de vidas perdidas. O político, por seu lado, pede para que ela se concentre no presente e a lembra de que a imprensa havia apoiado integralmente a ofensiva contra o Iraque.
Em uma terceira trama, acompanhamos a tática mencionada por Cruise sendo aplicada no Afeganistão. Mas nem tudo é simples como os engravatados em Washington imaginavam. Um helicóptero americano é atacado por uma bateria antiaérea no topo das montanhas geladas. Dois jovens soldados, Arian Finch (Derek Luke) e Ernest Rodriguez (Michael Pena), são jogados na neve lá embaixo. Os dois, ficamos sabendo através de flashbacks, foram alunos exemplares do professor Malley. As três histórias são entrecortadas durante todo o filme. Arian e Rodriguez eram alunos pobres que chamaram a atenção do professor durante um debate em classe, em que eles pregavam mais comprometimento por parte dos americanos para se criar uma sociedade melhor. Os outros alunos os chamaram de hipócritas, dizendo que eles também, no fundo, só estavam esperando a hora de entrar em uma boa universidade e ganhar dinheiro. Os dois resolvem provar seu comprometimento mostrando seus papéis de alistamento no exército. Redford não acredita que esta seja a melhor maneira de ajudar o país e tenta fazê-los mudar de idéia.
Tudo isso é discutido e debatido em longas conversas. Senti influência da série “The West Wing”, de Aaron Sorkin, famosa por conter debates políticos pelos corredores da Casa Branca. Repetindo, não é muito cinematográfico (a série, diga-se de passagem, era até mais dinâmica). Tudo se passa em duas salas em Washington (a sala do professor e o gabinete do senador) e na montanha gelada. Mas os pontos levantados são relevantes e é raro vê-los discutidos em um filme deste modo. Devemos simplesmente falar mal da política ou fazer algo a respeito? Há o que ser feito? O mundo aprendeu alguma coisa com as guerras do passado ou estamos repetindo os mesmos erros geração a geração? Pode não ser um filme muito “agitado”, mas vale pegar o DVD.
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