Os Beatles. Pois é...ícones culturais, a maior banda do Universo, certo? Mas confesso que ainda não os descobri direito. Ainda. Será que estou guardando para uma fase apropriada? Claro que eu conheço Help, All you need is love, Strawberry fields forever. Eu me lembro de Joe Cocker dando uma interpretação maravilhosa para "With a little help from my friends" no Festival de Woodstock; a mesma música me faz lembrar "Anos Incríveis", Kevin, Paul e a gracinha da Winnie Cooper; "Twist and Shout" me lembra Matthew Broderick em cima de um carro alegórico, no meio de uma avenida de Chicago, comandando uma multidão como Ferris Bueller; "Helter Skelter" me lembra "Charles Manson stole this song from the Beatles...we´re stealing it back", Bono Vox no início de "Rattle & Humm".
Assim, claro que eu reconheço as canções e a importância cultural dos "quatro rapazes de Liverpool", mas não conseguiria dizer de que disco ou de que ano é determinada música. Cada coisa a seu tempo. Isso posto, acabei de assistir a "Across the Universe", o filme que provavelmente é a cereja do bolo de qualquer beatlemaníaco. Como já declarei que não sou um deles, devo no entanto dizer que gostei do filme, e reconheci a maioria das músicas, mesmo assim. Dirigido por Julie Taimor, "Across the Universe" usa as músicas dos Beatles para contar a história de um rapaz inglês chamado Jude (Jim Sturgess, que me lembrou muito Paul McCartney jovem) que atravessa o Atlântico para procurar pelo pai que ele nunca conheceu. Nos EUA ele conhece um rapaz chamado Max (Joe Anderson) que se torna seu melhor amigo. Max tem uma irmã chamada Lucy (Evan Rachel Wood), e automaticamente você fica esperando o momento do filme em que vai escutar "Hey, Jude" e "Lucy in the Sky with Diamonds". São os anos 60, há uma revolução cultural acontecendo enquanto milhares de jovens são enviados ao Vietnam para morrer. Jude, Max e Lucy vão para Greenwich Village, Nova York, morar em um daqueles apartamentos estilo "república" em que vivem artistas de vários tipos. Há Sadie (Dana Fuchs), por exemplo, uma cantora que lembra muito Janis Joplin. Saddie namora um guitarrista negro chamado Jo-Jo (Martin Luther McCoy), que apesar de não ser canhoto se parece muito e toca como um certo Jimmi Hendrix.
O filme também tem diálogos "normais", mas eles são entrecortados por vários números musicais, todos eles se aproveitando de canções dos Beatles. Há participações especiais de músicos como o citado Joe Cocker e de Bono Vox, entre outros. O mérito do filme é conseguir, através das músicas, contar uma história interessante que engloba romance e mostra o quadro político e social da época. Por vezes a diretora embarca em "viagens" um pouco exageradas na interpretação das canções que lembram um "Moulin Rouge" pobre. O filme é melhor quando as canções acontecem mais naturalmente, sem a necessidade de se criarem "videoclips".
veja Joe Cocker cantando "Come Together":
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