O vencedor do Oscar de Melhor Filme deste ano foi “Onde os Fracos não Têm Vez” (“No country for old men”), escrito e dirigido pelos irmãos Joel e Ethan Coen. O filme, de fato, é magnífico, mas não tem o “formato” de costume dos vencedores da Academia. Ele é lento e implacável, assim como seu vilão, vivido por um Javier Barden inspirado. Fica a mesma sensação desconfortável que se sente ao final de “Fargo” (1996), outra obra prima dos irmãos Coen, e há elementos parecidos (o dinheiro do crime, o policial comum confuso com a situação, etc). Todo o elenco está brilhante. Tommy Lee Jones faz um xerife velho, cansado e confuso com o tipo de crimes que vê à sua volta. São crimes sem sentido, gratuitos e violentos, frutos da sociedade moderna. O filme trata da inevitabilidade da morte. E a morte, aqui, tem a forma de um assassino com um cabelo esquisito, voz grossa e frases de efeito, que por vezes joga com a sorte para decidir o destino de suas vítimas. Javier Barden foi premiado como Melhor Ator pela Academia por sua brilhante interpretação.
Um filme acima de tudo silencioso, quase sem trilha sonora, composto por grandes paisagens e pequenos homens andando por elas. É a desconstrução do antigo “western” americano. É brilhante o modo como os Coen vão introduzindo os personagens e contando sua história através das imagens. A seqüência em que Llwelyn Moss (Josh Brolin, de “O Gângster”) descobre as vans dos traficantes abandonadas no deserto, cercadas de mortos, é perfeita. Vemos passo a passo o resultado do que deve ter sido um tremendo tiroteio e tentamos adivinhar o que o personagem vai fazer. Nem ele sabe, na verdade, e vamos descobrindo junto com ele.O final, em aberto, deixou muita gente confusa nas salas de cinema do mundo todo. Não é um final "comum". As coisas não se "resolvem" como normalmente. Como na vida, só há uma coisa que "resolve" tudo, que é a morte. Mas há lugar para a esperança em um sonho do policial vivido por Tommy Lee Jones; ele sonha com o pai, cavalgando enrolado em um cobertor, em meio à neve, carregando brasas para uma fogueira. Ele vai chegar lá um dia, naquele lugar quente e aconchegante, o pai esperando por ele. “Onde os fracos não têm fez” foi baseado no livro de Cormac McCarthy, e também venceu o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado.
Um filme acima de tudo silencioso, quase sem trilha sonora, composto por grandes paisagens e pequenos homens andando por elas. É a desconstrução do antigo “western” americano. É brilhante o modo como os Coen vão introduzindo os personagens e contando sua história através das imagens. A seqüência em que Llwelyn Moss (Josh Brolin, de “O Gângster”) descobre as vans dos traficantes abandonadas no deserto, cercadas de mortos, é perfeita. Vemos passo a passo o resultado do que deve ter sido um tremendo tiroteio e tentamos adivinhar o que o personagem vai fazer. Nem ele sabe, na verdade, e vamos descobrindo junto com ele.O final, em aberto, deixou muita gente confusa nas salas de cinema do mundo todo. Não é um final "comum". As coisas não se "resolvem" como normalmente. Como na vida, só há uma coisa que "resolve" tudo, que é a morte. Mas há lugar para a esperança em um sonho do policial vivido por Tommy Lee Jones; ele sonha com o pai, cavalgando enrolado em um cobertor, em meio à neve, carregando brasas para uma fogueira. Ele vai chegar lá um dia, naquele lugar quente e aconchegante, o pai esperando por ele. “Onde os fracos não têm fez” foi baseado no livro de Cormac McCarthy, e também venceu o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado.
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